sábado, novembro 25, 2006

Num dia de tempestade

Num dia de tempestade, espalham-se pelas ruas os cadáveres dos que foram, por impiedosas rajadas, fustigados. Jazem pelas ruas, sós, abandonados.
No lixo, nas valetas, nas sarjetas ou num simples recanto.

De corpo partido. De membros retorcidos. Desfilam pela calçada em poses mórbidas, os corpos de quem caiu frente a algo superior. Usa-mo-los para esconder a nossa face do rosto cinzento e sisudo da fúria encarnada.

A eles devemos o nosso conforto, a pele enxuta do nosso rosto.

Fica a homenagem aos guerreiros, da água e do vento reunidos, que hoje pereceram. Jazem pelas ruas partidos e retorcidos, em mais um dia de tempestade...

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